Standard & Poor's alerta para riscos de tensão em Moçambique
A agência de rating revela preocupação com a actual tensão entre a Renamo e o Governo e não afasta um cenário de descida do 'rating' caso a situação se agrave.
"Se os confrontos se intensificarem ao ponto de surgir um novo conflito, potencialmente vamos descer o 'rating', mas estamos confiantes que as duas partes vão entender-se", disse Gardner Rusike, em entrevista à Lusa.
No entanto, "não é provável que cheguemos a descer o 'rating' porque estamos confiantes que a Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique, no poder] controla a situação e vai conseguir resolver o problema", acrescentou.
Para este analista, a visão da Standard & Poor's é que os problemas entre a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana)e o Executivo "não vai afetar o funcionamento do Governo, até porque há menos tensão agora que Nyusi é Presidente do que havia quando a Presidência era ocupada por Armando Guebuza".
Nyusi, considera a S&P, "negoceia mais com Dhlakama e por isso vão chegar a um entendimento, mas a tensão que tem verificado nas últimas semanas deverá continuar a curto prazo".
A incerteza política e militar em Moçambique agudizou-se recentemente, depois de o líder da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, ter sido obrigado a entregar à polícia armas que estavam na posse da sua guarda pessoal e ver os seus seguranças detidos por algumas horas na sua residência na Beira, capital da província de Sofala, centro de Moçambique.
Forças especiais da polícia moçambicana na Beira ocuparam a casa de Dhlakama por algumas horas, depois de o líder da Renamo ter saído de um lugar desconhecido onde se havia refugiado, na sequência de dois tiroteios envolvendo a sua caravana, na província de Manica, centro do país, cuja autoria é imputada pela Renamo às forças de defesa e segurança moçambicanas.
Moçambique vive uma crise política desencadeada pela recusa do principal partido de oposição em reconhecer a derrota nas eleições gerais de 15 de outubro e do chumbo pela Assembleia da República de uma proposta da Renamo de criação de autarquias provinciais.
Fonte:
http://economico.sapo.pt/
