PRETO NO BRANCO Pede-se prudência na politica portuguesa
Incomoda-me a falta de diplomacia dos nossos políticos no que toca a países "menos afortunados" ou com uma performance diferente, como a Grécia, de quem não conhecemos bem as realidades, a história dos partidos, a narrativa social, as gentes e os costumes. Este sentimento mesquinho de superioridade, a constante comparação e até a critica fácil, de quem vende erudição económica e institucional. Fica mal. Mancha não só as nossas relações com a Grécia mas também a forma com somos vistos no resto do mundo. Portugueses e Gregos, na sua rica história, com bastante frequência, procuraram outros países, que colmatassem as faltas dos seus países de origem. Os nossos representantes visitam-nos com certa frequência, valorizando o trabalho do imigrante, o empreendedorismo e progressiva integração nas sociedades que nos acolhem. Então, talvez seja bom que olhem para os exemplos da imigração e se deixem de pretensiosismos. Se querem de facto ser representativos de todas as comunidades imigrantes deixem de brincar às teorias económicas e, talvez, demonstrar uma certa humildade e espírito de solidariedade para com quem esta numa situação talvez complicada, porque esta arrogância académica que mostram, com o infortúnio, esta a fazer escola na politica portuguesa e é demonstrativa da forma como aprovam dossiers, resolvem situações financeiras inesperadas, enfim de como tratam os portugueses. Nunca é demais lembrar que na génese da maior parte dos partidos, estão princípios sociais importantes e que tanto o elogio fácil, como a critica orgulhosa e presumida são inimigos da boa vizinhança. Pede-se por isso prudência na politica portuguesa. Assim como nós, que deixamos o nosso pais, fomos bem recebidos e progressivamente nos integramos noutras realidades, Portugal tem também de criar condições para os que começam essa difícil aventura e as instituições em geral, mas as politicas em particular, tem de emendar essa tendência de mal dizer a desventura, característica dos xenófobos, os tais que revelam uma sabedoria económica sem paralelo na cena política americana.