Porque fecham as salas de cinema?
'As salas de cinema fecham porque não tem espectadores'. Isto é a patranha que se criou e que já foi usada noutras alturas como um chavão para quem vive do cinema, não como um projeccionista ou alguém que esta na bilheteira mas literalmente como um organismo que se alimenta do cinema e dos sonhos de quem ama a sétima arte. O processo é simples inventa-se o tal clichê e depois faz-se a oferta ao proprietário ou proprietários, uma vez que um cinema, na sua vertente comercial é geralmente composto de vários negócios, nestes termos: vais para casa, eu controlo isto, e Tu/Vocês recebem. Nos ganhamos. Eles ganham. A fase seguinte consiste num governo exercido por funcionários da 'firma', apodada de "tirania do funcionário", carente de imaginação, e inútil uma vez que os espectadores, passaram agora à luta apaixonada contra quem considera o público uma massa amorfa, susceptível de ser transformada em números e expedientes. A sua razão de existência baseia-se num esquematismo "correcto", meticuloso e fora da realidade. Caracteriza-se especialmente pela sua impossibilidade de se afastar das normas e instruções "seguras" e ortodoxas, já conhecidas e experimentadas. O culminar será um amontoado de escombros que não resistiram a burocracia (a gula dos cinemas) e aos trâmites de vários processos de quem pensa ser a administrarão moderna o modo mais eficiente de administração, tanto no domínio privado (numa empresa capitalista, por exemplo) quanto na administração pública. A aplicação cega do sistema burocrático de Max Weber (com as vogais bem abertas) que tem de se ter atenção com o cliente, a formalização, a impessoalidade, a estrita 'competência técnica', a separação entre propriedades e previsibilidade de cada funcionário supre uma audiência para quem o cinema é o lugar de origem e que então ousa ser capaz de, a uma velocidade que não acompanha a fome glutónica do 'organismo' que pensava “ser capaz de”, em diversas definições e áreas. Ainda pensa! Impor a sua vontade sobre os outros, e existem diversos tipos de poder: impor algo sem alternativa.
Estes "turannos" que na Grécia clássica designava um governo ilegítimo constituído de forma ilegal é representativo da história das salas de cinema em Portugal. E "turannos" significa tiranos, mas como a razão de existência baseia-se num esquematismo "correcto", meticuloso e fora da realidade. caracteriza-se especialmente pela sua impossibilidade de se afastar das normas e instruções "seguras" e ortodoxas, já conhecidas e experimentadas então, faço mea culpa!
Foi o espectador que por amar tanto o cinema, foi trabalhar no cinema. Foi esse foi!
O Max Weber aparece aqui como uma espécie de Photoshop, para dar um ar mais de cultura e menos de patranha. Baseado em factos verídicos.