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Web 2014 - Era de transição

A internet passa por um momento de intensas mudanças. Quem, como eu, acompanhou tudo desde o início vai entender melhor do que estou falando. Os últimos 24 meses foram impressionantes em termos de novos usuários, novas formas de conexão e quebras de paradigmas. Sabiam ou perceberam como o e-mail perdeu a força? Jovens usuários usam e-mail basicamente para fins profissionais. Como eles se comunicam? Facebook, WhatsApp e similares. Mas vamos ao começo. A explosão nas vendas de smartphones (celulares com capacidade real e ampla de conexão à internet) foi sem dúvida o principal motivador de toda a mudança que anuncio. Ela trouxe milhares de novos usuários para a rede, e com eles, novos costumes. Números recentes mostram que mais da metade do Brasil está acessando a internet de alguma forma e as estatísticas da Anatel explicam isso: Dos 276 milhões de celulares ativos, 122 milhões possuem conexão 3G (o dobro de 2012) e quase 4 milhões já estão com 4G (os números são de julho/2014 e estão disponíveis em anatel.gov.br). Todos sabemos que nem sempre a conexão móvel está disponível, mas bem ou mal são 126 milhões de pessoas aptas a usar redes sociais, e-mail e comunicadores instantâneos, apenas no Brasil (sem contar os acessos fixos), pois os números mundiais já passaram da casa dos 2 BILHÕES de usuários. E isso muda tudo. Os novos usuá+rios chegam sem manias, sem vícios e experimentam de tudo, além de aceitar dicas dos veteranos mais próximos, que muitas vezes são quase novatos e pouco conhecem. Na época da internet moleque, de raiz, nós visitávamos os sites prediletos, conversávamos via MSN e ICQ, sem falar nos e-mails, muito frequentes. Hoje em dia a moda é postar selfie, criar meme, trolar a vida alheia, criar usuários e histórias fake, consumir a vida das (pseudo) celebridades, se expor e conversar muito via texto. Eu costumo dizer que só existem três tipos de usuários na rede: Os narcisos os carentes e os curiosos. Sempre foi e continua sendo assim. A diferença é que as ferramentas atuais, praticamente todas baseadas no conceito de redes sociais, potencializaram esses perfis. A facilidade para postar uma foto ou um vídeo faz com que a exposição aumente, assim como a interação dos demais, e esse ciclo é frenético. Com dinheiro em caixa e uma equipe inspirada, o Facebook vem se tornando um enorme catalizador de usuários e recursos, não só com sua ferramenta principal, mas também com Instagram, WhatsApp e Messenger. O modelo de rede social parecia enfraquecido com a queda do Orkut, o fracasso de muitos serviços e a entrada dos familiares mais velhos no Facebook (que parecia afastar os mais novos e mais ativos), mas o site azul conseguiu provar que terá vida mais longa, quando mostrou no seu balanço uma receita expressiva no ambiente móvel. Com a confiança dos investidores reestabelecida, e cerca de 1,2 bilhões de usuários, seu poder e influencia não param de crescer. Para os novos usuários, não importa a idade, nada como um ambiente repleto de interação, imagens, fofocas e assunto para todos os gostos. As empresas também estão tirando proveito, apesar de algumas já começarem a questionar a real viabilidade dos investimentos feitos por lá. Mas não se engane, mesmo enorme, uma hora o conceito pode exaurir suas possibilidades e fracassar. Misturando milhares de novos usuários, com perfis socioeconômicos dos mais variados e com conexões cada vez mais presentes, temos um mundo de informações que navegam na velocidade da luz, muitas vezes sem nenhum tipo de controle ou senso crítico. As relações se tornaram mais voláteis, a privacidade morreu faz tempo, o bom senso está em baixa e as oportunidades para aparecer, ganhar dinheiro, criar polêmicas e se informar melhor, estão em alta. Cabe a cada um escolher como aproveitar o momento. Está claro pra mim que estamos em uma fase de transição, e tentar adivinhar a próxima etapa é arriscado. Mas é certo que a internet será cada vez mais presente, disponível em produtos dos mais diversos e aposto em uma descentralização de serviços e pontos de acesso. A única certeza que tenho hoje é que estamos em plena mudança. Aconteça o que for, a maneira como usamos a internet, pessoal e profissionalmente, será bem diferente em um futuro próximo. É esperar para ver.

http://blog.lamim.com.br/


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